sábado, 27 de dezembro de 2008

Middle of Nowhere

Era assim que me sentia nas primeiras semanas. Ao pouco fomo-nos encontrando, uns com os outros. E agora é bom e até sinto alguma falta. Esta é a minha música de Erasmus, passei muitas sextas-feiras a ouvi-la, enquanto ria e me divertia. Mas só agora me apercebi... Está a chegar ao fim? Nã...!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Portugal ali ao virar da esquina

Ainda nem acredito que sexta me vou embora. Estou bastante dividido em relação ao meu regresso. Se por um lado (enorme, diga-se) quero mesmo ver toda a gente, estar em casa, descansar e comer bem, por outro esta vida de Erasmus faz bem a uma pessoa, até que nem é mau nem muito cansativo.

Mas três meses em Madrid também cansam e urge agora regressar a casa. Tenho mesmo saudades de Lamego, dos meus pais e do meu irmão, do pessoal que por lá ficou. A ansiedade do voo e de chegar a casa, fazer uma festa enorme, etc e tal já me roubam horas de sono!! Ai, quero tanto ver toda a gente, matar estas portuguesas saudades...

Ah, e na sexta, quando chegar, vou direitinho aos estúdios da Douro FM gravar! Yay, um estúdio só para mim, para livrar a barriga da miséria de gravar no meu quartinho.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O que fica...

O Guilho é a pessoa que sabe frases importantíssimas para sobrevivermos nesta selva gigante que é o mundo. Como por exemplo, "dar um peido" em alemão: Ich habe ein punt gemacht!

Eles são as únicas pessoas no mundo capazes de me fazer gostar de André Sardet (nem que seja para vomitar a seguir). Depois da frase deste finde, fica também a música.



'Bora aí passear pelas ruas?

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

20?

A semana que passou - sim, toda a semana - foi passada num misto de felicidade transcendental e ansiedade terrível. Apenas de que chegasse toda a gente para aquele, que afinal, é um evento único. Ter 20 anos é ter um ano a mais que os 19, mas toda a gente os transforma numa coisa única. E único também é estar em Madrid e ainda assim conseguir rodear-me de algumas das pessoas que mais gosto. Ter cá o Guilho, o Rafa, o António, o Fil e a Marta foi o melhor presente que podia ter tido. Foram os dias mais especiais do meu Erasmus e agradeço a todos e a cada um por terem vindo. E peço desculpa por não vos ter levado ao aeroporto :P
E a todos vocês que estão espalhados por esse mundo fora - que não é, de todo, hipérbole nenhuma - muito mas muito obrigado por não se terem esquecido de mim e me terem trazido um sorriso a mais nestes dias que tão felizes têm sido. Não me esqueço de vocês - ninguém mesmo - e agora conto os dias para vos voltar a ver.

Muito obrigado mesmo. Pedro, tens razão: saudade é a palavra portuguesa mais bonita.

Vemo-nos daqui a duas semanas? :D

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Dezembro

O meu mês preferido chegou. Em força, diga-se. O frio aqui é muito frio, gela-nos até aos ossos, é seco e cortante. Pensava que Madrid era de todo diferente do Pólo Norte, mas começo a aperceber-me que afinal as semelhanças são mais do que os comuns mortais imaginam. Ainda não caiu neve, mas dizem que não tarda muito.

Entretanto o Rui esteve cá. Foi bom ter família por perto, pôr conversa em dia, sair descontraidamente, espairecer e passear. Mas sabe sempre a pouco. Principalmente quando depois de se ir embora fica um vazio grande, que se embrulha quando penso no trabalho que tenho que despachar até sexta-feira, pelo menos. O 25 de Abril nos jornais espanhóis - o tema do nosso trabalho - foi tratado de forma exaustiva. Tão exaustiva que eles mencionam e apontam Lamego num mapa. Fiquei tão feliz quando vi o nome da minha terrinha num microfilme na Hemeroteca (e que Hemeroteca, gigantesca, completíssima, extremamente bem organizada!).

Ontem fomos ver Opeth à Sala Heineken. Aquela sala é mazinha: pequena, palco minúsculo e pouco alto, desenho em fosso, espaço mal aproveitado... Salvou-se o som, mas só. O público espanhol é uma valente treta; estiveram quietos o concerto todo, mal mexiam as cabeças, braços no ar nem vê-los, cantar nem valia a pena. Aliás, alguns estavam ali para assobiar de cada vez que Mikael Akerfeldt perdia um minuto a afinar a guitarra (ouviu-se mesmo "You're boring" ou "What the fuck are you doing? Play fucker!"). Fiquei mesmo triste com aquele público desolador, em que eu, o João e o Filipe éramos a verdadeira alma, saltando, cantando, berrando, metendo braços no ar. Da próxima vez que vir um concerto em Portugal, já sei porque é que eles vão dizer que somos o melhor público do mundo: é porque merecemos, é porque somos mesmo. Somos mestres na arte de bem receber, de agradar, de presentear uma banda com uma excelente exibição.

Entretanto a Marta chega na quinta-feira. Motivos de alegria mais que muitos, principalmente se aliarmos isso à chegada do Guilho, do Troidi, do Fil e do Rafa no sábado. Sinto-me sortudo por ter estas pessoas na minha vida, que me vêm visitar e dizer "olá". Vocês preenchem-me e ter-vos cá a todos comigo aquece-me, faz-me enfrentar este frio duro sem problemas, faz-me feliz. Venham rápido e voltem devagar... Aliás, não voltem de todo, fiquem comigo até dia 18 e depois voltamos todos juntos para Portugal. Porque tenho saudades vossas, saudades nossas todos juntos. E a ansiedade de voltar a Portugal, a um café familiar, a ouvir falar a mais bela língua do mundo, a tomar um café que sabe mesmo a café, cresce e cresce e cresce. A saudade é portuguesa e eu sou português.

PS - o Homer acabou de dizer "Que puñeta es eso?".

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Paseo de la Castellana

Tem o Santiago Bernabéu, atravessa Madrid, tem lojas com banheiras a 2000€, candeeiros a 430€, Starbucks para intelectuais (tem sofás, passa jazz, Mozart e música atonal e de improviso) frequentado por empresários que tiram fotos às meninas que servem à socapa e pessoas que enquanto andam também fazem Cubos de Rubik.

Madrid é assim, uma cidade do caraças.

PS - o Rui chega amanhã, o João sábado e tenho bacalhau de molho na cozinha. Oh happy days!

domingo, 23 de novembro de 2008

Ter um blog em Erasmus

É difícil. Pensei, durante algum tempo, que ia ter muito tempo livre, ou então que ia conseguir contar tudo. Engano meu. Há sempre qualquer coisa para fazer, algo que aparece e me distrai, uma aula para ir, apresentações para preparar... Enfim, sentar-me em frente ao computador e dizer tudo o que se passa é tarefa complicada.

O tempo tem passado depressa. Daqui a uns dias faço 20 anos e estou mesmo longe de casa. Felizmente os meus melhores dos melhores amigos vêm cá...E a Marta também!! As saudades começam a apertar e a ser cada vez mais difíceis de controlar. A ansiedade de voltar a casa começa a crescer dentro de mim, tal como a vontade de voltar aqui vai crescer quando lá estiver. Mas agora tenho que me controlar e aproveitar todo este tempo. Gosto de estar em Erasmus, mas Portugal é o meu país. Sinto-me cada vez mais português, mais lisboeta e mais lamecense. Gosto de Espanha, mas sinto que não é aqui que vou fazer o meu futuro, que vou viver. O telurismo de que Miguel Torga se alimentava cresce em mim a cada dia que passa. Mas agora é tempo de aproveitar.

Para a semana tenho cá o Rui e o João. Gente do Norte, para animar a festança que é a vida. Copos, museus e tapas: avizinham-se tempos divertidos. Para já, ainda estou a ressacar dos espectáculos de ontem. Tinnitia (Esp), Sebkha-Chott (Fr) e Unexpect (Can) proporcionaram uma noite memorável de música e "teatro" a todas as 20 pessoas que se encontravam no Ritmo y Compás. Foi mesmo divertido, muito boa música e gente muito porreira. Pena mesmo a falta de público. Para terminar a noite fui perseguido por um senhor com um aspirador.

Também esta semana aconteceu o ponto alto do meu Erasmus: apresentação em aula sobre a Rádio Zero e o Música de Peso...em espanhol. O pessoal riu, ouviu, tirou apontamentos e bateu palmas. E percebeu tudo. No final deram-me os parabéns pela apresentação. A turma de Produção e Realização Radiofónica só tem pessoal simpático, vou ter saudades deles quando isto acabar, mesmo a sério.

Entretanto hoje é um domingo normalíssimo, em casa, a dormir e a descansar. Vou ali até à sala ver a maravilhosa tv espanhola e contar os dias que faltam para Portugal vir até mim.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Actualização :O

Sim mãe, eu actualizo o blog.

Na verdade não tenho muito para contar. Passou mais uma semana aqui por Madrid, tenho tido trabalho a preparar uma reportagem e a apresentação de rádio (vou ter que falar para 50 pessoas em espanhol, durante meia-hora). Pelo meio houve concertão de Behold...The Arctopus com Genghis Tron e umas aulecas. Ah, também houve jogo de futebol e...GANHÁMOS!! Foi óptimo, gostei imenso de ter jogado (principalmente porque esteve sol e quentinho) e até quero que chegue o próximo.

O Ricardo (namorado da Bárbara) e o Giulio (italiano que mora com o Ricardo) estiveram cá até hoje de manhã. Pessoas impecáveis, assim como o namorado da Sara, que também cá esteve (chama-se António, eheh) e até tivemos direito a lasanha e risotto no domingo à noite.

Entretanto chegou mais uma semana, ando viciado em Extras e com os sonos trocados. Apetece-me enfardar de tortellinis e beber um bom vinho português. Tenho também que acabar o raio da apresentação - vai a meio. Felizmente está a chegar a altura de receber visitas, fresquinhas, ali do país do lado (Portugal, não França).

Ah, hoje fui ver Maria João e Mário Laginha, na Sala Columnas, Círculo de Bellas Artes. Bela sala, grande voz, um génio ao piano. Sublime música e som para os meus ouvidos, arruinada quando, a ir para o metro, um senhor chega ao pé de mim e da Inês e diz, com ar de quem acabou de chegar de Saturno: "Tu eres el hombre mejor acompanado de la tierra!". Depois desapareceu.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Lembras-te?

I've gotta big big big big heart beat, yeah
I think you are the sweetest thing
I wear a coat of feelings and they are loud
I've been having good days
Think we are the right age
To start out own peculiar ways
With good friendly homes?
You get me freaked freaked freaked on preakness
Never met a girl that likes to drink with horses
Knows her chinese ballet
Must admit you smell like fruity nuts and good grains
When you show my purple gaze
A thing or two at night
Make me sick sick sick to kiss you and I think that i woud vomit
But I'll do that on mondays i dont have a work way
I like it when I bump you an accident's a truth gate
I'm humbled in your pretty lense
I'll hold you dont you go
Sometimes you're quiet and sometimes I'm quiet. Hallelujah!
Sometimes I'm talkative and sometimes you're not talkative, I know....

Well i'd like to spread your perfume around the old apartment
Could we live together and agree on the same wares?
A trapeze is a bird cage even if its empty and defintintely fits the room
And we would toooo

And my dear dear dear khalana
I talk too much about you
Their ears are getting tired of me singing all the night through
Lets just talk together
You and me and me and you
And if theres nothing much to say
Well, silence is a bore

I've gotta big big big big heart beat, yeah
I think you are the sweetest thing
I wear a coat of feelings and they are loud
I've been having good days
Think we are the right age
To start out own peculiar ways
With good friendly homes?

Sometimes you're quiet and sometimes I'm quiet hallelujah
Sometimes I'm talkative and sometimes you're not talkative i know....
Sometimes you hear me when others they can't hear me. Hallelujah!
Sometimes I'm naked and thank god Sometimes you're naked. Well, hello.....

Can I tell you that you are the purple in me?
Can I call you just to hear you, would you care?
When I saw you put your purple finger on me
There's a feelin' in your bottle
Found your bottle, found your heart
Gives a feeling from your bottled little part
Hey oooooo

Gotta crush high
Thought I crushed all I could
Crushed all I can then I touched your hand
Crush high
Dont want it to stop
Cause stories of your brother make my crush high pop
And you couldnt really know cause its in my toes
And sometimes i wonder whered that crush high go
Crush high then i go and take some pills
Cause i cant do all of my dos and still feel ill
You get that whooooooo


Amanhã em Madrid...

Acontece um grande, enormíssimo concerto. Uma das bandas mais inovadoras num género que ameaça estagnar - o grindcore - e uma das fusões entre jazz e metal mais bem conseguidas nos últimos dez anos.

Genghis Tron (com Board Up The House editado este ano) e Behold... The Arctopus (com Skullgrid editado no ano passado, mas ainda na bagagem), são as bandas que sobem ao palco da La Boite por volta das 21.30 de amanhã. Grande concerto em perspectiva. E eu vou lá estar!

Quem não conhece não merece os ouvidos que tem.

domingo, 9 de novembro de 2008

Mariquinhas

Ontem fomos todos sair à noite. Depois de descobrir que a canela é um potente afrodisíaco - as coisas que tu sabes Sara - e que o vinho Daviña à venda no Ahorra Más é uma borrasca tremenda, acabámos a chorar no metro. Eu, a Inês, a Sara e a Carla. Porque temos saudades, muitas saudades.

Por isso agora vou ter o meu momento Elsa (aquela que esteve no Big Brother):
- Quero mandar um beijinho para os meus pais, para o meu irmão, para a minha avó, para toda a minha família em Resende, para a Marta, para a Diana, para a Cacá, para a Rute, para o Luís, para o Afonso, para a Mia, para o Pedro Barão, para o Pedro Garcia, para o Hugo, para o António, para o Guilho, para o Caramelo, para a Carolina, para o Hoffmann, para o Zé Pedro, para o Alex, para o Pedro, para o João, para a Cátia, para o David, para o Beto, para o Luís do Tasco e para a Maggie, para a Peko, para a Martinha, para o Rafa, para o periquito lá de casa, para a minha cadelinha, para a tartaruga do Beto e os cães do Hoffmann. Se me esqueci de alguém, reclamem e vou anotar num papel e da próxima vez que vier ao confessionário não me esqueço de ninguém!

Flyer a anunciar a actuação de Marisa Totten, que ia cantar músicas da Madonna:

Eu - Totten em alemão significa "morto"!
Inês - Então, ela morre para dar vida à Madonna.

Agora é que a vodka está a bater.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"Yes we can!"

E eis que o Mundo mudou. Sinto-me um expert em política depois de ter acompanhado a par e passo (e crepes com Nutella) as eleições americanas. Sinto que se escreveu história e que faço parte dela.

O Obama consegue, nós conseguimos. O mundo mudou.

Aquele que uma vez teve um sonho, já não está vivo para o ver realizado. Mas agora parecemos determinados em ajudar a cumpri-lo.

Cheguei agora de Barcelona...

E está um frio polar que nem se pode. De lá trago várias coisas, entre elas:

- Muitas saudades da Marta;

- Risos e sorrisos partilhados com a Marta, a Diana e a Cacá (tinha imensas saudades delas);

- A certeza de que possuo um roncar pré-histórico e capaz de acordar a Diana, mas que me impossibilita de acordar;

- Um chulé imenso que irradia toda e qualquer espécie de vida num raio de 2,7km;

- Memórias de uma bela cidade vivida intensamente com a pessoa que mais gosto à face deste planeta;

- Amigos novos;

- Um medo de andar de avião abatido em 37%;

- A prenda de anos da minha e do meu pai.

Quero lá voltar e acima de tudo quero voltar a ver a Marta. Entretanto vou é para a cama, estou cansado e tenho saudades de toda a gente.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Daqui a umas horas enfio-me num avião para Barcelona

E estou extremamente nervoso. E se rebenta uma janela e a pressão começa a sugar pessoas dali para fora? E se aparece um pássaro parvo que se enfia no motor? E se com este frio os flaps congelam? E se o motor não pega? E se o piloto se esquece das chaves do avião no quarto de hotel? E se o leme pegar fogo (que visto de terra deve ser um espectáculo visual interessante)?

Não estou mesmo nada habituado a andar de avião... E agora vou sozinho! Ao menos que vá uma velhinha simpática ao meu lado, simpatize comigo e me deixe toda a sua fortuna. Nada daquelas que passam a viagem a tossir e a cuspir gosma e expectoração verde para o lenço que depois enfia de qualquer forma pela manga acima...

O que vale é que a viagem é curta (passa num peidinho, expressão adorável) e depois vou estar com a Marta :)

Entretanto esta temperatura é que não me anima nada para sair de casa às 6h da manhã (juro que não foi montagem. Foi tirada num print screen e cortada na poderosa ferramenta de edição de imagem que é o Paint.)

O quentinho de Madrid às 01:56.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sabiam que...?

As artes estão ordenadas da seguinte forma:

1ª arte - Música

2ª arte - Pintura

3ª arte - Escultura
4ª arte - Arquitectura

5ª arte - Literatura

6ª arte - Coreografia

7ª arte - Cinema



E depois ainda há as que toda a gente discute e não se chega a um consenso:

8ª arte - Fotografia
9ª arte - Banda-desenhada

Quanto a mim, a culinária devia ser a 10ª arte. E vocês, o que acham?

Coisas que se vêem por Madrid II


Como mamar melhor e o caminho para a salvação eterna. Tudo na capital espanhola.

Futebol e chuva

Hoje tivemos o primeiro jogo de futebol da Copa Universitária. Não correu nada bem, perdemos 5-1. Os números não interessam quando temos uma equipa que está a ganhar por 1-0 e depois toda a gente começa a correr para a frente para querer marcar um golo. Também não ajuda termos chegado mesmo em cima do jogo e não termos tido tempo para aquecer. É igualmente chato só termos um substituto que se lesionou. Nem se fala do facto de o árbitro só ter dado 2 minutos de intervalo. Há coisas a corrigir, mentalidades a mudar, posições a aprender. Mas foi divertido até, é giro falar espanhol e chamarem-me Ricardo (aqui o Vítor Baía é tabu, porque, ao que me explicaram, um guarda-redes como ele não vale o que ele custou ao Barcelona) a torto e a direito.

Agora, incoveniente é esta chuva que cai desde as 22.37 da noite passada - e ainda não parou - e estes fantásticos 6º que estão lá fora. Frescote não?

domingo, 26 de outubro de 2008

Malucos

Acabou de passar um maluco na rua que ia a falar sozinho. Depois foi até ao fundo da rua e mesmo antes de virar a esquina parou. Parou e começou a falar, durante uns bons 4 minutos, para uma grade que estava ali, parada. A falar, quer dizer, a gritar. A gritar belos impropérios como "de puta madre", ou "hija de una grande puta". E virava a esquina e voltava para trás para a chamar "puta" mais uma vez. E depois fitava a grade, olhos nos olhos, e esperava uma resposta. Depois de a grade responder, ele gritava mais um pouco. Virava a esquina e voltava para trás, para a tratar mal mais um bocado. Para a grade. Fez-me lembrar o Vasco Santana, quando pediu lume a um poste. Mas em espanhol. E para uma grade. Tratou-a mesmo mal, abusou dela verbalmente. E não pediu desculpa. À terceira virou a esquina de vez e não voltou. Eu e a Bárbara ficámos chocados e a grade de certeza que ainda está combalida com toda esta situação. Pobre da grade, ninguém a vai consolar agora.
Se bem que também não sabemos a versão da história da parte da grade. Ela pode ter sido malévola para o pobre homem e agora, depois de tanto tempo, terem-se encontrado ali e ele perdeu a cabeça. Com a grade.

A pedido de muitas famílias

Uma actualização que não é um vídeo do Tubas.

Esta semana foi um tirinho, passou bem rápido. Tenho as terças e as quartas sem aulas, de forma que o marasmo se apodera de mim com alguma facilidade - mas também ajuda a que a casa se mantenha limpa.
Recebemos visitas, de duas polacas irritantes, amigas do Mariusz. Esta gente de Leste é estranha, muito fechada e de poucas palavras. Deitam-se tarde e levantam-se muito cedo. Já nós, fomos sair na quinta e chegámos a Getafe às 9h... Mas só porque o comboio só abre de manhã cedo (a sério Mãe!). Conheci uma pessoa, o Pedro de Lisboa, que gosta de música. Mas música a sério!! Estivemos numa discoteca (o Joy, que é um teatro restaurado) a falar de Miles Davis, King Crimson, Amon Dull, Victor Wooten... Foi bom, esquecer as frustrações de que 80% dos Eramus só querem sair, beber e fo*** e ter uma conversa culta.

Ontem fomos sair: jantares em casa da Sara e da Carla já são rotina e bem bom que são esses jantares. Gosto imenso quando nos juntamos todos e falamos em português bem alto, contamos histórias, bebemos uns copos e depois vamos para a rua. Em Madrid há sempre imensa gente na rua. Mas imensa mesmo! A Gran Vía tem sempre pessoas e carros, barulhos citadinos. É uma cidade bem viva.

O corpo é que se ressente bem mais e depois acontece como hoje: durmo das seis às seis. Ainda por cima agora a hora mudou, atrasou uma hora. O estranho é que se já amanhecia muito tarde (por volta das 8h), agora vai piorar. E vai anoitecer mais cedo. E eu ressinto-me com isso. Hoje quase nem me lembro de ter visto o sol.
Amanhã tenho que me levantar às 8h, para ir ter Relato Informativo. Vai ser de noite e está-me a fazer confusão. Felizmente não estou na Islândia ou na Finlândia, um desses nórdicos onde a noite parece eterna. Mas antes de me ir deitar, vou para a sala ver o Mundo Oculto, um programa de coisas estranhas que dá na Cuatro. A tv espanhola é uma coisa fantástica, a sério. Para o melhor e o pior.

PS - quinta vou a Barcelona matar saudades.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Para curar uma noite pouco dormida...

Por aqui ouve-se um dos nomes maiores do funk e que já colaborou com, imaginem, Pedro Abrunhosa. Falo, claro, de Maceo Parker.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Gás Natural em Espanha

A publicidade em Espanha é uma coisa séria. E pensada. Não existe a Marta da OK Teleseguro, nem a velhinha da Neoblanc, ou a Filipa VaconDeus. Mas existem porcos voadores e homens patinadores de sabão. Ora vejam.

Aproveito também para anunciar que, qual George W. Bush, me rebeliei ao resultado das votações (a maior parte votou a opção D) e tomei banho e fiz a barba.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Cumpleaños

Feliz cumpleaños Bárbara!

PS - hoje vai haver festa!

3 sinais do Apocalipse

Portanto fim do mundo está a chegar quando:

- Chove durante 25 minutos seguidos e a água atinge um metro e meio de altura;
- As obras no prédio começam às 8.53;
- Os trolhas do prédio cantam, por esta ordem, Roberto Carlos, a Hallelujah do Jeff Buckley ou do Leonard Cohen e Eros Ramazzotti.

Atentai, pois o fim do mundo pode estar a chegar.

domingo, 19 de outubro de 2008

Erasmus interactivo

Este é o meu estado actual: domingo de tarde, levantei-me às 15.26, ainda não tomei banho e a barba já tem umas duas semanas. Vou deixar que vocês decidam o que devo eu fazer a seguir:

a) Tomo banho e faço a barba;
b) Tomo banho e deixo a barba crescer;
c) Faço a barba mas não tomo banho;
d) Não faço a barba nem tomo banho.

A votação está aberta até quarta-feira, dia em que tomarei uma decisão, consoante o que vocês votarem.

sábado, 18 de outubro de 2008

Coisas de que tenho saudades II

Tenho mesmo muitas saudades de beber um café quentinho, bem tirado, saboroso. Nada destas merdas aguadas que eles servem aqui, nunca por menos de 1€.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Coisas de que tenho saudades I



Sim, tenho saudades de Lisboa, muitas. E não me venham cá com coisas, porque toda a gente gosta da senhora de bigode que vive no mesmo prédio que a nossa avó.

Coisas que se vêem por Madrid



Eu não digo que estes espanhóis são malucos?

Alegria de criança

Duas ruas à frente da minha há uma escola. Nessa escola há crianças. Contagia-me a alegria delas, de ser criança, de terem um intervalo e saírem de uma sala de aula. Gritam, pulam, correm, gritam outra vez. E eu sinto-me contagiado, sinto-me alegre e feliz.

Em tempos que esteja mais triste ou a sentir-me mais em baixo, tenho a certeza que a alegria daquelas crianças vai ser extremamente retemperadora.

PS - hoje vou jogar futebol com pessoal da Universidade. Pelos vistos vou fazer parte da equipa de futebol de cinco daqui. Vai ser bom para sentir dores e tentar manter a pouca forma física que tenho e da qual me orgulho, apesar de tudo.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Estes espanhóis são malucos

Ontem fomos ao Museo Reina Sofia, um dos três museus mais importantes da capital espanhola (Thyssen e Prado são os outros dois). Pessoalmente atraía-me muito mais, pois é direccionado para a arte moderna. Picasso, Dali e Miró, entre muitos outros, têm direito a figurar entre os longos corredores do museu, entre cubismo, surrealismo, vanguardismo e tantos outros -ismos.
Ver a Guernica era um sonho de criança, principalmente porque cresci com aquele quadro. Existe na minha sala, desde que tenho consciência de mim, uma reprodução do famoso mural que Picasso pintou para a exposição mundial de Paris, retratando os horrores da Guerra Civil. O original é enorme, muito maior do que imaginava. Foi uma sensação extremamente reconfortante estar de frente para um quadro que me diz tanta coisa, que me transportava directamente para a minha casa e a minha sala. Não sou nenhum entendido naquele quadro, mas senti que sabia mais sobre ele do que qualquer outra pessoa que ali estivesse. Irei lá voltar, para admirar a Guernica e outros quadros de Dali e companhia e matar um bocado de saudades daquele gigantesco pedaço de minha casa.

Uma coisa que estou sempre à espera aqui em Madrid, é de ir à varanda e ouvir falar português. Só assim como quem não quer a coisa. Até da voz de bagaço da minha vizinha (que bate no marido e diz asneiras a toda a hora) tenho saudades. Pensar em Lisboa então, é um martírio... Isto porque evito ao máximo não pensar em Lamego e em toda a gente que ficou em Portugal, porque aí não ia aguentar. Estar longe é, por vezes, bastante chato.

Hoje a Marta foi embora... Eram 12.17 quando olhei para ela pela última vez no aeroporto. Depois tive que ir embora, não aguentava mais vê-la ir, parecia que ia devagar demais... Agora, conto os dias até 26 de Novembro, data marcada para rumar até Barcelona. Já tenho saudades.

PS - "Estes espanhóis são malucos" é a frase do meu Erasmus. É-me difícil perceber como é que se faz sesta a partir das 14h (inviabilizando a minha ida ao café, por mais aguado que este seja), como é que se bebe café com leite a seguir às refeições e porque é que se vai maquilhado para as aulas. Fiquei bastante contente quando vi um senhor fechado num carro a ouvir a "Sad But True", dos Metallica, e a fazer headbang como se não houvesse amanhã. Estas coisas fazem-me sorrir.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Marta e tapas

Começo a pecar por não actualizar tantas vezes quanto queria. Quem sofre é quem lê, pois os posts vão ficando maiores.
A Marta está cá desde quinta-feira passada mas infelizmente já se vai embora na terça. Já estava cheio de saudades, ela ter cá vindo foi definitivamente o melhor que me podia ter acontecido! Agora daqui a um mês vou eu a Barcelona.
Depois de uma quinta-feira calminha - em que começámos a filmar reportagens para a cadeira de TV Informativa (entrevistámos uma professora auxiliar italiana que estava a fumar um charro enquanto nos dava a sua opinião) - e uma sexta-feira em que palmilhei Madrid em busca de um Banco do Brasil inexistente, no sábado foi claramente o dia de Portugal por cá: além da Marta, a Carolina, o David e o Sérgio (não, não é o do Rio) também por cá estão uns dias. Fomos ter com a Sara e a Carla à tarde e andámos a passear por Madrid. À medida que o tempo avançava, urgia também comer, pois o estômago ressentia-se. A Casa Granada (ali para os lados do Sol) e as suas tapas afamadas pela Lucy esperavam-nos... E uma hora e meia de espera também. Aquilo é num sítio bem recôndito, um 6º andar de um prédio normalíssimo; ninguém diria que ali se comem coisas que são uma maravilha. Depois de termos saltitado entre uma mesa para quatro - éramos 10 -, a varanda e tentarmos ficar com uma mesa para 8 que afinal está eternamente reservada a 5 velhotes, lá ficámos com as mesas altas. Depois daí para a frente foi um manancial de tapas: batatas com chouriço e morcela e seis molhos, tortilla de batata, gambas com alho, chouriço ibérico... Muita comida mesmo, com dois cafés, três jarros de sangria para todos e apenas 9€ a cada (o que para Madrid e tendo em conta tudo o que comemos não foi nada caro).
Entretanto começara a chover e punha-se a questão: para onde ir? Não precisámos de ir mais longe que o hall de entrada do prédio. Passo a explicar: quando descemos o elevador e vimos que choviam gatos e cães, também encontrámos um grupo de 7 ou 8 espanhóis que estavam a beber e a cantar por ali, numa espécie de mini-botellon privado. Enquanto esperávamos que a chuva amainasse, eles convidaram-nos a cantar com eles. Tudo isto acabou numa espécie de cantos à desgarrada, portugueses e espanhóis (sim, não há cá contra os espanhóis, nisto quer-se é diversão). Ficámos nisto até às 3.30, depois de a Casa Granada ter fechado, depois de cerca de mais 10 pessoas se terem juntado a nós a cantar e a dançar, depois de cerca de 30 pessoas terem entrado e saído, depois de todo um cancioneiro popular, de fado e música brasileira ter sido cantado a plenos pulmões. Em Espanha a fiesta não pára! E eles gostam muito de nós portugueses.

Ontem foi um dia mais calmo e muito cultural e intelectual. O Museo Nacional del Prado era o destino desejado e alcançado, até porque ontem foi feriado e a entrada em todos os museus era gratuita (já viu Senhor Primeiro-Ministro? Siesta e entradas gratuitas em museus!!).
Valeu bem a pena. Aquilo é gigantesco, tem salas que nunca mais acabam e quase só quadros: quadros gigantes e minúsculos, pintores famosos e desconhecidos, cores berrantes e aborrecidas... De tudo um pouco. Voltarei lá com certeza, assim que tiver mais tempo, quero voltar a olhar para os quadros do Velásquez e do El Bosco. Entretanto, se me despachar, vou já já para o Museo Reina Sofia.

- Camarero!
- Qué?
- Camarero!
- Qué?
- Una de fritura!
- Una de fritura?!
- Pone tu mano en mi fritura e baila...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Hoje...

...liguei a aparelhagem da sala. E já descobri o programa "M Ochenta", que só passa música dos malfadados anos 80.

É tão antiga que só tem leitor de vinil e de cassetes. É pena que o leitor de vinil já não tenha agulha, senão ia poder ouvir algumas coisas bonitas com aquele som puro e divinal...

E na terça-feira (Amaral, esta é para ti) passada, encontrei isto:

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Staring at God's masterpiece

Isto tem todo um contexto miraculoso e sobrenatural. Mas masterpiece não existe, existe é masterpiss, que é aquilo que vou fazer agora porque estou aflitinho.

Boas noites à espanhola. Convosco, sempre, António Manuel Sexy Silva, em directo de Getafe.

Ratas

Não gosto de manter blogues desactualizados, vai contra o meu ser, contra a minha maneira de ser.

Este fim-de-semana foi porreiro. No sábado fomos jantar a casa da Carla e da Sara, que vivem na Avenida Ciudad de Barcelona. Parece que cá também têm a mania de indicar os caminhos dizendo que fica "já ali". Claro que isso significa andar pelo menos uns 15 minutos, no mínimo. Contados os números das portas, chegámos a um prédio enorme, com as portas escancaradas e pátios interiores (como os que tenho cá em casa), mas algo sombrios, com aspecto de beco. Quando subimos para casa delas (no 4º andar), senti-me como se estivesse no Volver, do Almodóvar (vejam, vejam). Fiquei fascinado, quis viver ali. Toda a atmosfera sombria e algo decadente fez-me gostar daquilo. Sou uma pessoa cada vez mais estranha.
Aquele prédio é multi-cultural até dizer chega: peruanos, brasileiros, venezuelanos, dinamarqueses...uma autêntica feira de nacionalidades.
A casa era pequenina, mas bem confortável. Fizemos massa com salsichas, com molho de tomate. É sempre o mais fácil e o mais barato e sempre dá para pôr uns trocos de lado para a cerveja (Mahou cinco estrelas bebe-se muito bem). E a acompanhar (rufo intenso) chouriços alentejanos!! Epa, que miminho brutal que aquilo foi, um autêntico festival de aromas e sabores para a minha boca. Tenho que trazer salpicão e chouriço de Lamego quando lá for.

Depois de jogarmos Ring Of Fire durante uma horita, fomos sair. Chueca era o destino e, segundo a Sara, o de milhares de gays e lésbicas também. Expectativas que se confirmaram quando entrámos num bar para aliviar a bexiga. Uma menina que esperava a sua vez confidenciou-nos que "Soy muuuuuy lesbiana. E mi amiga también". A noite prometia.
Depois disso, procurámos o Tigre, um bar que supostamente existia, mas naquela noite teimava em não aparecer (ou nós teimávamos em não dar com o caminho). No meio disto tudo, encontrámos um colombiano - que creio que se chamava Diego, estudava em Salamanca e adora Portugal - que ia para o Clandestino. Pareceu-nos bem e lá fomos todos. O Clandestino tem dois andares, no de baixo dançava-se. Estivemos lá uns 45 minutos e depois subimos à procura de cerveja. Em vão porque o bar fechava às 3.30. Ao balcão estava um senhor português - que também me disse o nome, mas não me lembro - que era uma mistura de Adolfo Luxúria Canibal (Mão Morta) e JP Simões (ex-Belle Chase Hotel, ex-Quinteto Tati). Disse-nos para irmos para o Via Láctea, outro bar que teimou em estar desaparecido. Começámos a pensar em ir comer e depois ir para casa. No caminho conhecemos três portugueses que também estavam meio perdidos: o Ângelo, o André e o Tiago. Fomos comer churros ao San Ginès, que eram servidos num prato e depois nós molhávamos em chocolate quente que estava numa caneca; no final bebia-se aquilo e limpavas o resto com os dedos. Às 4.30 cai que nem pedra.
Depois disso, foi uma maratona do Sol até Atocha para apanhar comboio...Isto depois de esperarmos meia-hora por um autocarro fantasma.
Enfim, com isto tudo eram 7.10 quando me deitei, depois de ter comido tortelinis e couves-de-bruxelas a acompanhar.

Hoje de manhã acordei com a merda das obras, mesmo por baixo do meu quarto, onde ouço o ribombar dos martelos. Não percebo a lógica de se começarem as obras às 9.15, pararem às 9.45 e recomeçarem às 10.10. Os espanhóis são malucos. Hoje até comi uma tosta mista com faca e garfo. Mas que raio?!

Quanto ao título do post: ratas é como os espanhóis dizem "ratos". Há sempre títulos muito cómicos como "Colónia de ratas en habitación", "Proliferan las ratas", coisas assim. Mas o episódio que eu presenciei na apresentação da aula de rádio foi algo que me transcende em muito. Um sujeito da minha turma disse que "vivo solo, por eso hay comprado una rata para me hacer compañia. Es bueno, pero la rata quier comer muchas vezes, me pide muchas cosas. Me cansa la rata. Y, por veces, la rata me muerde... Pero creo que lo hace con cariño".

PS - começamos a reunir uma colecção porreira de fotos, mas ainda não as tenho no meu pc... Quando as tiver, faço uma galeria toda bonitinha para vocês verem. Ou meto as fotos aqui sem qualquer ordem e sentido, também serve.
PS2 - como é possível o Sporting perder dois jogos seguidos?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Porcas, parafusos e rádio

Bem sei que estes títulos pecam pela originalidade, mas primam pela coerência. É o melhor que se pode arranjar.
Ontem fomos ao Pasión, bar da UC3M em Madrid. Cá eles também fazem festas da "Porca e do Parafuso", mas chamam-lhe tuerca e tornedillo. Ora, toda a conotação javarda e sexual da coisa perde-se. Coisas como "Quieres ser mi tuerca para esta noche?", ou "Puedo poner mi tornedillo en tu tuerca?" perdem toda a sua essência. Não há como o português realmente, em que frases como "Queres ser a minha porca?" ou "Posso pôr o meu parafuso na tua porca?" são cânones da noite para qualquer noctívago que se preze.
O Pasión é porreiro e ainda mais porreiro se torna porque com o cartão da ESN temos finos à borla. Só por duas horas e com muita espuma, mas à borla. Já estão a ver onde isto vai dar. A lado nenhum, porque a cerveja era mesmo má e à 1.45 já estávamos no bus, porque o Pachá tinha uma entrada de 15€ e o Joy uma fila de três horas. Foi porreiro conhecermos o Domenico, um rapaz de Roma que se apresentou - depois de se emplastrar numa foto - da seguinte forma "Olá, mi nombre es Domenico, soy de Roma. Significa Domingos em português, a minha ex-namorada era de Portugal. Caralho."

Hoje acordei às duas da tarde para ir para a aula de Produção e Realização Radiofónica (ou telefónica como lhe teimei em chamar durante muito tempo). Entrei e o professor disse "Hola António!". Mau, já me conhece, isto vai ser chato. Ainda me fez mais duas ou três perguntas na aula, pediu-me para intervir e disse que estava muito interessado em ouvir o meu programa e saber mais sobre ele e a Rádio Zero (claro está que como radialista amador, o meu ego inchou descomunalmente). Aliás, está tão interessado que em vez de um trabalho sobre a rádio portuguesa vou ter que dar uma aula de hora e meia, em espanhol, sobre o meu programa e a Zero. Em espanhol. Vai ser bonito, vai.
Mas o professor estava mesmo a gostar de mim, sempre a dizer "António isto, António aquilo". Eu até achei graça, é sempre bom quando um professor vai com a nossa cara... Até a Bárbara dizer "acho que ele é gay e deve gostar de meninos novos". Estou a ponderar desistir da cadeira.

Entretanto, para a cadeira, temos que criar uma rádio fictícia, para fazermos peças fictícias e um directo fictício. Temos um grupo com a Eva e mais dois chicos cujo nome não me recordo. Ah, e também o Moisés, que é um rapaz colombiano que tem cara de a qualquer momento sacar duma shotgun e fazer daquelas aulas um novo Columbine. Entretanto a ver se o expulsamos.
De qualquer forma, nós somos a Rádio Té (ou chá, na língua de Camões), uma rádio que versa sobre os países anglo-saxónicos. Entre outras coisas, vamos ter música: country (US of A), rock (UK) e celta (Irlanda). Além disso, o nome da rádio também dá muito jeito para os slogans e separadores: "Informa-!", "Divierte-!" e por aí adiante. Bem melhor que o exemplo do professor: "Rádio Carlitos, el hombre que bien sabe tocar los pitos".

Hoje de noite saímos com os brasileiros (Rodolfo, Rafael, Sílvio e Bruna) e com os italianos (Daniel e Alice). Fomos para um bar que também era a sede do PCE, ou Partido Comunista Espanhol. Claro que o comunismo é só uma utopia e cada cerveja custava 2.5€. Falámos de política e futebol, das diferenças linguísticas entre o português de Portugal e o português do Brasil (divertido para cacete!) e do Saramago Tempo houve ainda para o seguinte diálogo enquanto eu e a Bárbara apresentávamos a rádio do futuro ao pessoal, a Rádio Té:

Bárbara - Como vamos passar música celta, podemos passar uma banda que eu conheço, os Kila!
Pedro - Sim e depois podem dizer "Bienvenidos a Rádio Té-Kila!"

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Creative Zen Vision: M

Era o modelo que eu possuía. Disco de 30Gb, ecrã a cores, leitor de vídeo, em preto, um mimo. Era o modelo que eu possuía, porque ele resolveu morrer à meia-hora atrás. Ou pelo menos entrar em coma, porque ele está de certa forma ligado, mas não dá qualquer resposta. Nem o buraquinho de reset lhe valeu desta vez. A partir deste momento, o dia 2 de Outubro é um dia de luto domiciliário.

Adeus amigo, foste um fiel companheiro.

Construção civil

Não tenho nada contra trolhas, não tenho nada contra remodelações de casa... Mas quando estas acontecem mesmo debaixo do meu quarto, aí a porca torce o rabo. Já me dói a cabeça de ouvir PUM PUM PUM e sentir o chão debaixo de mim a tremer. Acho que vou acabar no andar de baixo, porque o chão vai ceder e ruir (com sorte caio sentado em cima da sanita, porque eles estão a remodelar a casa-de-banho).

Já me doía a cabeça, pois ontem não me deitei a horas decentes, mas agora está bem pior. E ainda por cima não posso gravar o programa porque o microfone apanha o ruído todo. Pai, se voltares a dizer que a música que eu ouço é um barulho infernal, fecho-te à chave aqui no meu quarto com obras durante a tarde e vais ver que vens logo a correr ter comigo e a pedir para ouvir o novo álbum dos Lay Down Rotten.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Portugal no Coração

É esta a senha para entrarmos na casa uns dos outros, cantarolada obviamente. É também este o pensamento que me ocupa a cabeça todos os dias. É bem verdade que quando nos tornamos emigrantes levamos mesmo Portugal no coração e temos saudades de tudo - a aquisição de colunas para apresentarmos Diapasão, Tony Carreira e Dino Meira à comunidade de Getafe já está a ser estudada. Felizmente eu e a Bárbara não somos os únicos portugueses na UC3M. Connosco estão mais cinco emigrantes, a nossa pequena comunidade de emigrantes. Três são da minha turma na FCSH, os outros dois são da Católica e estudam Economia.

Portanto, da esquerda para a direita: a Inês (a minha Wikipedia pessoal e fonte de todo o meu saber), a Lucy (que descende de famílias judias e eu acho um piadão não sei porquê), a Mejede (aka Maria João Dinis, mas levo um açoite de cada vez que a chamo assim), o Pedro (fonte de sabedoria inesgotável e um porreiraço de primeira, faz-nos rir imenso), a Vânia (namorada do Pedro e uma constante boa-disposição, mesmo quando teimamos com ela que os foguetes vêm mesmo do chão) e a Bárbara (a minha companhia 24/7 cá de casa, aulas e onde quer que vamos).

Se há duas semanas me dissessem que nos íamos dar todos tão bem como damos agora não acreditava. Agora somos inseparáveis. É bom, é muito bom ter aqui pessoas na mesma situação que eu, que ajudam a suportar e a melhorar toda a experiência que é estar de Erasmus. São pessoas de quem gosto genuinamente e me têm dado fartotes de riso, belos momentos de companhia, excelentes conversas, enfim, memórias e amigos para uma vida (ou pelo menos assim quero acreditar).

Sim Inês, tens razão, já devia mesmo ter feito um post lamechas de homenagem. Vocês merecem, há muito tempo.

Café solo

Hoje entrei num café para beber um cafézito e quando disse que queria "un café solo" - senão metem-lhe leite - fizeram cara de "Eh lá, temos homem!".
Depois perguntaram-me de que zona da América era. Eu respondi delicadamente que era de Portugal e eles fizeram uma festa porque lá era uma hora a menos.

Músicas Fílmicas

E Cultura Audiovisual Contemporânea. Nome pomposo, que podiam ser duas cadeiras, mas não, é só uma. E o pobre do António Silva, que nem ingénuo português, foi atraído para a parte que diz "Músicas Fílmicas". Bem, também vamos falar disso...mas também vamos falar de artes performativas e de VJ-ing! "Que raro!", pensais vós. Sim, talvez, mas estamos em Espanha. 500km da FCSH, mas todo um mundo novo.

O nosso professor chama-se Fernando Salis e é...brasileiro! Notou-se assim que ele disse "Hola". Tal como ele fez questão de dizer "un lusohablante nota-se a la distancia". Ou então "en el samba, hay una turma de quatrocentos personas tocando", ou ainda "la expressión propriamente dicha". Vai ser giro, porque acho que vou finalmente perceber algo a 100% numa aula (o que não é complicado quando temos um professor que fala pior do que nós - o Pissarra não conta). Tudo muito giro, muito tu-cá, tu-lá e extremamente dinâmico. Quando digo extremamente é mesmo EXTREMAMENTE. A aula teve direito a uma dissertação sobre Nietzsche e a sua visão sobre o apolíneo e o dionisíaco, à qual se seguiu uma sessão musical de cerca de 20 minutos. Segundo o professor faltou uma "mesa de mescla", mas todas aquelas "mesclagens" que ele fez de improviso e na hora saiu incrivelmente bem. Começou em Wagner, passámos por gravações de coros e pássaros, Ella Fitzgerald e Louis Armstrong, jazz, fritaria electrónica, funk, samba e techno. Ah, durante esta sessão estivemos de pé. E depois ele pediu-nos para dançarmos, para nos mexermos, movermos, andar pela sala, sentir o Dionísio que há em nós! A isto seguiu-se uma também improvisada sessão de VJ-ing, com loops do filme "Persona", do Ingmar Bergman. Aquela aula foi o êxtase total. Se me dissessem que uma aula ia ser assim eu não acreditava. O homem tem um ego do tamanho do mundo - até passou uma reportagem sobre ele -, mas ultrapassando isso é um porreiro e um frito do tamanho do mundo. Estas aulas vão ser a moca. Até porque vamos ter que fazer a nossa própria curta, para depois passarmos numa instalação do homem!!!!

Os almoços aqui são uma coisa por demais. DOIS PRATOS? E bons!!! A FCSH é miserável, tenho cada vez mais pena dos que não sabem o que se passa do outro lado da fronteira.


Chegar ali a Ciudad de Rodrigo já é outro mundo (uma hora a mais e tudo), mas Madrid... Até tenho vergonha de dizer que "estive num botellón quando devia estar na exposição sobre os maiores pintores espanhóis" (obrigado senhor professor de rádio por me dar uma consciência...ou alertar para a existência de uma).

Faz falta uma Bertrand, mas a Casa del Libro também tem livros da Penguin a 3,5€. "Dracula", do Bram Stoker faz-me torrar pestanas por estes dias e o novíssimo dos Bloodbath, "Fathomless Mastery" ensurdece-me mais um pouco.

Esclarecimento: Este é o segundo post em menos de 48 horas. Maravilha possível graças à tecnologia alucinante que é o Uí-Fi, lido assim, que nem nome de caniche mimado. Internet em casa é outro conforto.

Botellón

Se eu vos disser que há em espanha um vinho rosé que custa 1.5€ e tem 14 graus de volume vocês acreditam? Pois, eu também não acreditava até o ter visto. Foi a melhor solução de sempre para o botellón de sexta-feira passada. E para quem não sabe, o botellón consiste em ir para um parque e beber a noite toda. É uma coisa muito à frente, principalmente quando estamos num parque em que a polícia não pode entrar desde um acordo obtido entre a Complutense e a polícia no tempo do franquismo. Vale a pena para conhecer pessoas, tipo o Pedro (um madrilenho que torce pelo Barça), o Rafael, o Rodolfo e a Bruna do Brasil, encontrar portugueses que estão cá por duas semanas a estudar petróleo e um espanhol que estuda Filosofia e que concorda comigo quando digo que "filosofia é bom para filosofar, mas não para estudar".

O bom do vinho é que não deu ressaca alguma, quero ver se compro mais. Ah, e também me torna fluentíssimo em espanhol (ou algo que às duas manhã e um litro depois soa a espanhol).

O fim-de-semana passou-se em casa, esteve mau tempo e o FITEC (Festival Internacional de Teatro E Cinema) acabou por ser arruinado. A Sara e a Carla visitaram-nos e continuam desesperadas e sem casa...Para já continuam com uma família de venezuelanos e vinte e três famílias de baratas.

A faculdade cada vez mais me parece admirável. Temos um estúdio de TV e dois estúdios de rádio. A professora assistente de TV Informativa diz que o estúdio (que tem dois platôs, quatro câmaras e mil holofotes) "é menos mau, podia ser melhor... Mas é suficiente!". Se a pobre coitada fosse á FCSH dava-lhe o badagaio, tal como a mim me ia dando quando entrei naqueles estúdios todos. O professor de rádio é um brincalhão do caraças, está sempre a rir-se e a fazer rir...mas eu continuo sem perceber porquê. Por exemplo, quando saí do estúdio de rádio - onde através do micro me apresentei - disse algo e todas as trinta pessoas presentes se riram. Acho que fui promovido a bobo da corte, mas continuo sem saber.

Hoje de manhã já tive Periodismo y Cambios Sociales. Isto é Teoria da Notícia all over again, mas com um LHC falante em espanhol...Aliás, trinta, porque toda a gente fala e opina (embora nunca tenham ouvido falar de Kant, nem saibam que a prensa apareceu na Alemanha com Guttenberg). Pelo menos a isto passa-se com um exame mais um trabalho de grupo.

O "Corazón" continua a fazer as minhas delícias e a matar as minhas saudades da Fátima Lopes, da Maya e de todo aquele pessoal da "Tertúlia Cor-de-Rosa". Os "Simpsons" e o "Padre Made in USA" dobrados em espanhol é que são a maior estupidez de sempre. Tenho pena de estes espanhóis que nunca ouviram uma voz original. Como será o Bugs Bunny aqui? "Hmmm, qué pasa doctor?"

Agora estou é ansioso por voltar a entrar naqueles estúdios "menos maus". Estes espanhóis são mesmo estranhos...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Espanhol e LHC

Com certeza já ouviram falar do LHC, aquele acelerador de partículas, enterrado a não sei quantas centenas de metros debaixo do chão na Suíça, que se estende por 27 km e tem como objectivo fazer colidir minúsculas partículas para a equipa de 50 cientistas deslindar como se formou o universo. Pois LHC e aulas em espanhol trabalham à mesma velocidade. Nunca pensei que fosse possível debitar tantas palavras em tão pouco tempo! De certeza que a pessoa com mais palavras ditas por minuto que aparece no Livro dos Records do Guiness é espanhola. Possivelmente até pode ser o senhor professor André Verdú Schulmann, docente da cadeira Movimientos Artísticos Contemporaneos (em que falaremos de pintura, escultura e arquitectura).
Em suma, foram 64 minutos dados à velocidade do LHC, em que as palavras colidiam umas com as outras criando um buraco negro à volta da sua boca que absorvia toda e qualquer possibilidade de eu entender a totalidade do que o senhor dizia. E quando se estabelecia contacto com outras pessoas, eram dois LHC a funcionar ao mesmo tempo. É terrificamente assustador! Mas tem piada ao mesmo tempo, porque para mim ouvir falar espanhol só me faz lembrar do fantástico e célebre canal 18, em que todos os filmes eram dobrados em espanhol. Toda a gente aqui em Espanha tem uma carreira garantida na dobragem de filmes porno. Ouvir os espanhóis falar faz-me sentir como se estivesse num filme porno.

Outra coisa que me faz comichão é a TV espanhola. Neste momento estou a morrer de saudades da TVI. A sério! A TVE (que supostamente é algo sério) passa no noticiário resumos do Mira Quièn Baila (correspondente ao Dança Comigo daqui) e vão atrás das namoradas dos toureiros (os Tony e Mikael Carreira da zona) para os aeroportos. É absurdo. E a quantidade de programas tipo Quando o Telefone Toca é astronómica, há um em todos os canais! E sim, as mamas de plástico nestas apresentadoras é típica em todo o mundo. E o canal 5 é exclusivamente SÓ para reality-shows: o Big Brother vai na 10ª edição e andam a tentar casar um granjero (gente que tem quintas, é parola e serrana, mas bebem vinho e fazem karaté). Felizmente temos um programa chamado Corazón, que é uma mistura de Tardes da Júlia com a Tertúlia Cor-de-Rosa.

Entretanto temos mais um inquilino em casa. Chama-se Jan e é da Polónia. Vai viver com o Mariusz no quarto, portanto "tá-se bem", até fica mais barato e tudo, eles que se amanhem.

domingo, 21 de setembro de 2008

Porcos voadores em Espanha

Primeiro serão lá em casa, com cerveja do Dia (litrosas a 64 cêntimos, boazinhas), portugueses, uma estónia e dois polacos. Estava-se bem em casa, porque estávamos todos partidos da gincana por Madrid (isto é bem bonito, mas cansa) e porque estava a trovejar (e segundo a Vânia era mesmo trovoada e não foguetes, porque os foguetes não saem do chão).
Entretanto descobri o anúncio da cerveja Mixta. É genial, viciante e com a melhor frase de sempre... TUDO LO QUE VES ÈS UN CERDO VOLANDO!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Primeiros dias...

O caos. O trânsito madrileno é O caos. Eu no carro dos meus pais a parar no vermelho e a ver todos os carros atrás de nós a seguirem em frente. CAOS.

Getafe: é um parque de estacionamento lotado, com espaço para lombas na estrada e habitaçoes verticais.
A faculdade é gigante e um espanto. Nao sei como é que as pessoas que estudam na FCSH ainda lá estao, devem andar iludidas e continuam a pensar que aquela é mesmo a melhor faculdade de Portugal... Yeah, right. Depois de um evento de boas-vindas com comida e bebida à borla, começo a pensar que tenho pena dos que fazem erasmus em Lisboa. Coitados, será que lhes dao tofu e seitan?
A casa é...interessante e confortável. Abundam os objectos kitsch, primorosamente pendurados em todas as paredes dos quartos e sala. A coisa menos kitsch está na casa de banho e é uma toalha azul escura. Menos mal. A mim saiu-me o quarto mais pequeno na rifa, pois todos queríamos o maior. Esse calhou ao Mariusz e a Bárbara ficou com o quarto médio. Acho que estamos todos bem instalados. A cozinha está super bem equipada, mas é incomportável com todos nós lá dentro. Festas impossíveis. A sala tem ar condicionado, o que é óptimo, porque estao quarenta graus em Madrid. Viva a nossa varanda que é gigantesca.
No nosso prédio vive uma senhora de idade actualmente desconhecida...Aproximadamente serao 173 anos. É mesmo feia, assustadora e tem olhos esbugalhados. Tive muitos pesadelos em que a senhora me perseguia, por isso é que hoje acordei com uma hora de atraso.
O pior aqui em Espanha é claramente a cerveja, o que me levou a gastar 2.80€ em Carslberg. Tenho que voltar ao vinho ou às bebidas brancas ou entao as minhas noites vao ser aborrecidas.

Nao tenho net em casa, vim a um cyber-café gerido por um turco com uma t-shirt do Brasil. Vou ver se saio daqui depressa antes que ele active a bomba que eu tenho a certeza que vi a piscar debaixo da mesa dele. Multi-kulti o cara***.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Não tarda estou a ir embora...

E estou tão desesperado que gosto genuinamente da Sister Christian, dos grandes Night Ranger.

Sister Christian
Oh, the time has come
And you know that you're the only one
To say, okay
Where you going
What you looking for
You know those boys
Don't want to play no more with you
It's true

You're motoring
What's your price for flight
In finding mister right
You'll be alright tonight

Babe, you know
You're growing up so fast
And mama's worrying
That you won't last
To say, let's play
Sister Christian
There's so much in life
Don't you give it up
Before your time is due
It's true
It's true, yeah

Motoring
What's your price for flight
You've got him in your sight
And driving thru the night
Motoring
What's your price for flight
In finding mister right
You'll be alright tonight

Motoring
What's your price for flight
In finding mister right
You'll be alright tonight
Motoring
What's your price for flight
In finding mister right
You'll be alright tonight

Sister Christian
Oh, the time has come
And you know that you're the only one
To say, okay
But you're motoring
Yeaaaaah, motoring

É oficialmente a minha música de Erasmus.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Terceiro elemento

António, Bárbara e Mariusz. É este o trio maravilha que vai habitar durante pelo menos cinco meses num apartamento de Getafe.

O Mariusz é da Polónia, estuda Relações Internacionais numa cidade completamente impronunciável em português e espera dar-se bem connosco. Pois nós também, o calão em português é divertido e espero que o polaco também seja.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

En Alquiler - a luz ao fundo do túnel!

Ja lá vão quase cinco meses desde que tive a certeza que ia mesmo de Erasmus. Já lá vão quase cinco meses desde que as palavras En Alquiler me assombram em sonhos feios, em becos escuros e sem saída, ao almoço, ao lanche e ao jantar. Mas hoje é o dia em que finalmente posso descansar porque já tenho uma casa! Quer dizer, sei que tenho porque a Bárbara disse que já tem o contrato para nós assinarmos. Agora já só falta ir para Madrid, ver a casa, pagar o primeiro mês e uma fiança, esperar que a casa não desabe até lá e arranjar uma terceira pessoa para viver connosco - porque senão ficava mais barato ir viver no Ritz de Madrid e lembrar-me que pêssego em espanhol se diz "melocotón". Coisa pouca.

Cinco meses em Espanha, com uma cerveja intragável e paella em quantidades industriais. Vai ser emocionante. Ai cariño!