segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Dezembro

O meu mês preferido chegou. Em força, diga-se. O frio aqui é muito frio, gela-nos até aos ossos, é seco e cortante. Pensava que Madrid era de todo diferente do Pólo Norte, mas começo a aperceber-me que afinal as semelhanças são mais do que os comuns mortais imaginam. Ainda não caiu neve, mas dizem que não tarda muito.

Entretanto o Rui esteve cá. Foi bom ter família por perto, pôr conversa em dia, sair descontraidamente, espairecer e passear. Mas sabe sempre a pouco. Principalmente quando depois de se ir embora fica um vazio grande, que se embrulha quando penso no trabalho que tenho que despachar até sexta-feira, pelo menos. O 25 de Abril nos jornais espanhóis - o tema do nosso trabalho - foi tratado de forma exaustiva. Tão exaustiva que eles mencionam e apontam Lamego num mapa. Fiquei tão feliz quando vi o nome da minha terrinha num microfilme na Hemeroteca (e que Hemeroteca, gigantesca, completíssima, extremamente bem organizada!).

Ontem fomos ver Opeth à Sala Heineken. Aquela sala é mazinha: pequena, palco minúsculo e pouco alto, desenho em fosso, espaço mal aproveitado... Salvou-se o som, mas só. O público espanhol é uma valente treta; estiveram quietos o concerto todo, mal mexiam as cabeças, braços no ar nem vê-los, cantar nem valia a pena. Aliás, alguns estavam ali para assobiar de cada vez que Mikael Akerfeldt perdia um minuto a afinar a guitarra (ouviu-se mesmo "You're boring" ou "What the fuck are you doing? Play fucker!"). Fiquei mesmo triste com aquele público desolador, em que eu, o João e o Filipe éramos a verdadeira alma, saltando, cantando, berrando, metendo braços no ar. Da próxima vez que vir um concerto em Portugal, já sei porque é que eles vão dizer que somos o melhor público do mundo: é porque merecemos, é porque somos mesmo. Somos mestres na arte de bem receber, de agradar, de presentear uma banda com uma excelente exibição.

Entretanto a Marta chega na quinta-feira. Motivos de alegria mais que muitos, principalmente se aliarmos isso à chegada do Guilho, do Troidi, do Fil e do Rafa no sábado. Sinto-me sortudo por ter estas pessoas na minha vida, que me vêm visitar e dizer "olá". Vocês preenchem-me e ter-vos cá a todos comigo aquece-me, faz-me enfrentar este frio duro sem problemas, faz-me feliz. Venham rápido e voltem devagar... Aliás, não voltem de todo, fiquem comigo até dia 18 e depois voltamos todos juntos para Portugal. Porque tenho saudades vossas, saudades nossas todos juntos. E a ansiedade de voltar a Portugal, a um café familiar, a ouvir falar a mais bela língua do mundo, a tomar um café que sabe mesmo a café, cresce e cresce e cresce. A saudade é portuguesa e eu sou português.

PS - o Homer acabou de dizer "Que puñeta es eso?".

4 comentários:

Unknown disse...

eh pa, realmente ver um concerto dos opeth com um público como esse deve ter sido algo de espectacular! espero que tenhas conseguido tirar fotos apesar dos moches que fizeram e da confusao que la estava! :D
por falar em frio ontem eram 1:30 da manha tavamos na capela na serra com metro e meio de neve, metro e meio, va, 25cm, tivemos de deixar o carro ao pe do turisserra e dp ir a pé porque o carro ja nao andava mais. foi brutal!
grande abraço e ja falta pouco!

António Sousa disse...

Troidi? hahaha
E bem verdade.. ja falta pouco! É ja sabado e vai ser brutal..e ja nem falo em dia 18!:P

Vah..até já amigo! :D

Globku disse...

vi ontem na capa dum jornal que faz mais frio em madrid que na finlandia |:
Opeth foi aquela coisa, lool. Tou pra ver Black Dahlia Murder cá...

Anónimo disse...

Muitos parabens do kiko, magui, tio to, tia lena. Estamos todos com saudades... Vemo-nos no Natal, falta pouco.