O meu mês preferido chegou. Em força, diga-se. O frio aqui é muito frio, gela-nos até aos ossos, é seco e cortante. Pensava que Madrid era de todo diferente do Pólo Norte, mas começo a aperceber-me que afinal as semelhanças são mais do que os comuns mortais imaginam. Ainda não caiu neve, mas dizem que não tarda muito.
Entretanto o Rui esteve cá. Foi bom ter família por perto, pôr conversa em dia, sair descontraidamente, espairecer e passear. Mas sabe sempre a pouco. Principalmente quando depois de se ir embora fica um vazio grande, que se embrulha quando penso no trabalho que tenho que despachar até sexta-feira, pelo menos. O 25 de Abril nos jornais espanhóis - o tema do nosso trabalho - foi tratado de forma exaustiva. Tão exaustiva que eles mencionam e apontam Lamego num mapa. Fiquei tão feliz quando vi o nome da minha terrinha num microfilme na Hemeroteca (e que Hemeroteca, gigantesca, completíssima, extremamente bem organizada!).
Ontem fomos ver Opeth à Sala Heineken. Aquela sala é mazinha: pequena, palco minúsculo e pouco alto, desenho em fosso, espaço mal aproveitado... Salvou-se o som, mas só. O público espanhol é uma valente treta; estiveram quietos o concerto todo, mal mexiam as cabeças, braços no ar nem vê-los, cantar nem valia a pena. Aliás, alguns estavam ali para assobiar de cada vez que Mikael Akerfeldt perdia um minuto a afinar a guitarra (ouviu-se mesmo "You're boring" ou "What the fuck are you doing? Play fucker!"). Fiquei mesmo triste com aquele público desolador, em que eu, o João e o Filipe éramos a verdadeira alma, saltando, cantando, berrando, metendo braços no ar. Da próxima vez que vir um concerto em Portugal, já sei porque é que eles vão dizer que somos o melhor público do mundo: é porque merecemos, é porque somos mesmo. Somos mestres na arte de bem receber, de agradar, de presentear uma banda com uma excelente exibição.
Entretanto a Marta chega na quinta-feira. Motivos de alegria mais que muitos, principalmente se aliarmos isso à chegada do Guilho, do Troidi, do Fil e do Rafa no sábado. Sinto-me sortudo por ter estas pessoas na minha vida, que me vêm visitar e dizer "olá". Vocês preenchem-me e ter-vos cá a todos comigo aquece-me, faz-me enfrentar este frio duro sem problemas, faz-me feliz. Venham rápido e voltem devagar... Aliás, não voltem de todo, fiquem comigo até dia 18 e depois voltamos todos juntos para Portugal. Porque tenho saudades vossas, saudades nossas todos juntos. E a ansiedade de voltar a Portugal, a um café familiar, a ouvir falar a mais bela língua do mundo, a tomar um café que sabe mesmo a café, cresce e cresce e cresce. A saudade é portuguesa e eu sou português.
PS - o Homer acabou de dizer "Que puñeta es eso?".
Pela luz dos olhos teus
Há 15 anos
4 comentários:
eh pa, realmente ver um concerto dos opeth com um público como esse deve ter sido algo de espectacular! espero que tenhas conseguido tirar fotos apesar dos moches que fizeram e da confusao que la estava! :D
por falar em frio ontem eram 1:30 da manha tavamos na capela na serra com metro e meio de neve, metro e meio, va, 25cm, tivemos de deixar o carro ao pe do turisserra e dp ir a pé porque o carro ja nao andava mais. foi brutal!
grande abraço e ja falta pouco!
Troidi? hahaha
E bem verdade.. ja falta pouco! É ja sabado e vai ser brutal..e ja nem falo em dia 18!:P
Vah..até já amigo! :D
vi ontem na capa dum jornal que faz mais frio em madrid que na finlandia |:
Opeth foi aquela coisa, lool. Tou pra ver Black Dahlia Murder cá...
Muitos parabens do kiko, magui, tio to, tia lena. Estamos todos com saudades... Vemo-nos no Natal, falta pouco.
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